Após uma semana em Buenos Aires partimos para Santiago de ônibus, pois queríamos ter a experiência de descer a Cordilheira dos Andes. Viajamos pela Cata Internacional, as passagens custaram em fevereiro 300 pesos argentinos, mas pelo que vi no site da OmniLíneas tá custando bem mais agora.
Amanhecer tendo essa vista não faz mal à ninguém, ao contrário faz um bem danado à alma |
Nossa escolha não podia ter sido mais acertada, tanto de irmos de ônibus porque a vista da Cordilheira ao amanhecer é inexplicavelmente linda, eu ficava olhando pela janela do ônibus extasiada, quanto pela escolha da empresa, aliás devo dar o crédito pela escolha da companhia ao André que deu a dica no blog dele e respondeu com muita atenção às minhas dúvidas, o serviço da Cata é muito bom, exceto pelo fato de que repetem os filmes milhares de vezes nas quase 23 horas de viagem, sério não consigo ver filmes com o Denzel Washington até hoje e caio na gargalhada só de ouvir falar em "The Expendables", que foi traduzido por Los Indestrutibles, ver Stallone e companhia hablar español é impagável! O serviço inclui jantar quente (arroz, batata e gnochi) com uma bebida (água, refrigerante ou néctar de alguma fruta), cobertor, travesseiro e café da manhã (doce de leite, torradinha - aquela que todo mundo conhece - alfajor, torrone e café solúvel) no almoço tornam a servir o mesmo do café da manhã.
À parte isso, é recomendável que não se leve frutas ou artesanatos na bagagem, pois o pessoal na alfandega da fronteira é bem rigoroso quanto a isso, depois da alfandega é prender o fôlego e encarar as 37 voltas de descida da Cordilheira, um misto de excitação e medo, demais!
Descida da cordilheira - medo e deslumbre se misturam |
Chegamos a Santiago por volta das 15h, fomos direto para o Che lagarto onde havíamos feito reserva pela Hostelworld, o hostel está super bem localizado na San Antonio, 60, perto de lojas, da Biblioteca Nacional, da La Moneda, perto de vários bancos e casas de câmbio, contudo não gostamos muito das instalações. Fomos almoçar e dar uma peruada pelo comércio nos arredores e na volta paramos no Itaú onde conhecemos uma brasileira que está fazendo mestrado lá, ela nos deu algumas dicas de como lidar com os taxistas, pois muitos taxistas clandestinos estavam aplicando golpes em turistas, nos indicou também o Andes Hostel que fica ainda melhor localizado que o Che Lagarto, no mesmo dia visitamos o Andes e nos transferimos na manhã seguinte, pois já havíamos pago a diária da primeira noite no Che Lagarto e não tínhamos forças pra sair com aquelas malas enormes.
O Andes Hostel fica na Monjitas 506, bem em frente à saída da estação Bellas Artes, no Bairro Bella Vista próximo à vários bares, cafés e restaurantes, a uma quadra do Museu de Belas Artes, quatro quadras do Cerro Santa Lucia, e a uma caminhada de alguns minutos da Plaza de Armas, da galeria Gabriela Mistral e do Cerro San Cristóval. As instalações são ótimas, o lugar é limpo com decoração de inspiração vitoriana, acesso a internet com Wi-Fi no primeiro andar e um café da manhã bem servido.
Fachada do Andes Hostel |
Depois de nos instalarmos no Andes pegamos um mapa com os pontos turísticos mais próximos e fomos caminhando em direção ao Cerro San Cristóval, lá compramos o ingresso completo, que inclui o Cerro e o Zoológico Metropolitano, por 10 pesos chilenos, passamos o dia por lá encantadas com a vista que se tem da cidade a partir do Cerro, que é também um parque onde as pessoas vão pedalar e praticar atividades físicas.
Vista de Santiago a partir do Cerro San Cristóval |
Na volta do Cerro fomos jantar no The Clinic, um bar e restaurante super cool que foi recanto esquerdista durante a ditadura chilena, decorado com várias imagens do cinema, fotografia de personalidades da política chilena e frases históricas, tem uma lojinha com venda de camisas, souvenires e publicações super irreverentes. O cardápio oferece comidas típicas e vinhos nacionais de ótima qualidade.
They tried to let me go to rehab, but I say no, no, no! |
Na manhã seguinte fomos ao museu La Chascona, casa do Pablo Neruda, a entrada custa algo como 7 pesos chilenos, é uma visita guiada e só é permitido tirar fotos fora da casa. Os guias contam um pouco da história do Neruda, enfatizando no romance dele com a Matilde, enfim a casa toda foi planejada por ele para que pudessem viver o grande amor que sentiam um pelo outro e esse amor está implícito em toda a casa e em todos os seus objetos.
No quintal do Neruda - casa inspirada e barco ao fundo |
No dia seguinte fomos visitar a vinícola Concha Y Toro, aliás um dos dois passeios que fizemos por pacote. Contratamos o pacote no Che Lagarto e custou 18 mil pesos chilenos. O motorista chegou pontualmente no horário combinado - 10h da manhã. Como apreciadora do Casillero del Diablo adorei o passeio, basicamente o guia apresenta a pequena mansão do casal Concha y Toro, depois mostra uma parte do parreiral, explica u pouco do processo de produção das uvas e dos vinhos, segue-se uma degustação de vinhos, depois visita à adega onde os vinhos ficam maturando e uma visita ao Casillero del Diablo com direito a uma performance "fantasmagórica" encerra-se o passeio na loja da propriedade onde compra-se vinho bom pela bagatela de 12 realidades.
Brinde antes da degustação |
Na volta da vinícola fomos a um restaurante no mercado municipal chamado La Piojera, que foi recomendação do motorista que nos levou até a vinícola. O restaurante é super agradável, ponto de happy hour dos locais e dos alunos das universidades que ficam no bairro.
Jantamos nesse restaurante e fomos para a Maestra Vida, uma salsoteca que fica em frente ao Funicular do Cerro San Cristóval na Pio Nono, rua das baladas do bairro.
A maestra Vida, onde matamos a vontade de dançar salsa. Imagem: 800cl |
No sábado fomos para Viña del Mar e Valparaíso, mas essas são cenas dos próximos capítulos. Posto em breve, espero que amanhã o restante da viagem.
Petitinha, la viajera.
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