sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Breaking clay

- Preciso dobrar o tempo de defloculação das minhas amostras. O solo é muito argiloso e depois demora três vezes mais sedimentando.
Assim eu começo a descrever 'como anda a pesquisa' pra minha amiga advogada que estuda direitos humanos.
A resposta é uma cara muito confusa, seguida de:
- Desculpa, o que?
- As amostras ficam desfloculando por 12h em água e hexametafosfato de sódio e...
- Hexam...? O que?
Eu nem cheguei na parte mais divertida do ácido nítrico + clorato de potássio quando 'as reação mais linda acontece' e as amostras borbulham!

Minha cara de besta vendo as amostras reagindo
Talvez eu tenha passado muito tempo no laboratório durante o verão...

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

De como eu não nasci, eu cheguei fazendo cena...

[trigger warning]: too much information
Se continuarem lendo é por sua conta e risco.
Eu já contei do meu 'parto'? Mamis teve seis filhos. Eu fui a segunda. Dizem que a dor de parto é a pior de todas. Pois mamis estava grávida desta pessoinha pândega que vos escreve e teve uma dor de barriga, foi ao banheiro e quem resolveu fazer toboganzinho no vaso sanitário? TADÁ! Já nasci fazendo estripulia.
A mamis guardou essa história por 20 anos. Passou contando que o meu parto foi feito pela mesma parteira dos outros irmãos. Aí quando fiz 20 anos ela me contou? Não. Ela contou pro zirmão que prometeram nunca vazar a história e fizeram um bullying suave nimim logo em seguida. Eu zoaria também, alinhais eu rio disso sempre que lembro.
Lembrei dessa história porque mandei a foto abaixo pro Alexandre enquanto tava no break e ele disse que eu já tava de danadisse.
Fazendo Daianices desde 1986

Eu respondi que sou comportadinha, claro... aí ele me lembrou que nem na barriga de mamis eu fui comportada. Sempre fui danadinha.
E já cheguei no mundo fazendo cena cômica.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Das Daianices

Fomos comemorar as Bodas de algodão em uma vila aqui perto de Etcetera chamada Cockwood. Lá fica o Anchor Inn, um pub que tem 450 anos, temática marítima (naaaaão?!) e serve mariscos e o fish n' ships nosso de cada dia. Eu queria ir lá há um tempo porque amo frutos do mar e é impossibru encontrar-lhos minimamente comestíveis em Etcetera, eles custam um rim e não são frescos. E posso parecer fresca, mas a cidade fica a blooding 40 minutos da costa indo de carro! Custa ter um peixe/marisco fesquinho?
Mas esse post não é para reclamar. É para ser uma ode às Daianices.
Seguindo. Eu liguei com 3 horas de antecedência para reservar uma mesa no restaurante à luz de velas (classy). Não estava disponível, mas eles disseram que colocariam uma vela na nossa mesa. Ok. Daí a moça perguntou meu nome para pôr na reserva e eu soletrei porque aparentemente passamos minha vida inteira pronunciando meu nome errado, quedizê, da forma como escreve: D-a-i-a-n-a. Eles normalmente entendem claramente quando eu grunho D-a-a-n-a. Mas caí na besteira de soletrar. Eis que quando chegamos lá encontramos esta maravilha:
Nei soletrandu
Guiei a gente pra estação de trem errada. Na estação correta a máquina não aceitava notas de 20 queens, só de 10. Anda trocar a nota com o único funcionário na estação porque os ferroviários estavam em greve. Quando finalmente conseguimos os tickets o próximo trem estava de saida. Os trens fecham as portas 40 segundos antes de sair, vai de você arriscar sua cabeça enquanto a porta está apitando...gostamos das nossas cabeças. Esperamos meia hora pelo trem seguinte.
Enquanto esperávamos criei uma teoria muito eloquente sobre a aranha se fingindo de morta no chão da estação porque ela tinha sido jogada de sua teia por uma aranha maior. Claro que se tratava de uma guerra das aranhas e ela tava  fazendo a morta pra sobreviver. Eu juro que vi a cena da aranha maior jogando a menor, mas o Alexandre não acreditava, pois aquele ser vil jamais ficaria no meio do caminho com muito humanos passando ao lado.  Quando o trem chegou e passamos por ela vimos que 1) era mesmo uma aranha 2) ela estava viva 3) ela estava se fingindo de morta. Boom chacalaka! Sobre a guerra, eu vi a outra empurrá-la, mas o Alexandre não está convencido. Eu estava sóbria.
Chegamos meia hora atrasados no restaurante/pub.
O Alexandre passou babando pela decoração maravilhosa do lugar. O jantar estava delicioso. Alexandre descobriu que não é alérgico a ostra  - é, achamos uma boa ideia testar isso em uma vilazinha isolada na Inglaterra as 9 da noite de uma sexta feira, no nosso aniversario de casamento - what could possibly go wrong? Já dei o spoiler ali que nada deu errado.
Pegamos mexilhão de entrada. O prato principal dele foi bacalhau enrolado em beicu craru com uma tonelada de batata assada e broculis e eu peguei ostras cozidas em Chardonnay e molho de mostarda com carangejo.
Tem que, a gente ia virar abóbora à meia noite o ultimo trem passa as 11:53. A gente sabia disso? Claro que não. O trem para na estação de Starcross, a vila ao lado de Cockwood. De lá são polêmicos 15 a 20 minutos de caminhada... o Alexandre diria meia hora e eu diria que era a fome e/ou pressa que estava atrapalhando o julgamento dele. Pois bem, quando saltamos em Starcross na chegada checamos o painel com os horários dos trens e o ultimo para Etcetera era as 22:30. Logo teríamos que sair do pub às 10h para termos a margem de erro de tempo de caminhada. A equipe resolveu botar a gente numa mesa bonitinha com velas como haviam prometido, mas num cantinho reservado fora da rota dos garçons e garçonetes. Uma. maravilha. non? Conseguimos pedir a conta 9:30 e às 10h estavamos correndo pro caixa pra pagar a conta. Chegamos na estação bem a tempo de ver o trem partindo, fuén.
Fomos semi-desesperados checar o painel de novo e tchananz! Ultimo trem passava às 11:53.
Resolvemos ficar curtindo o friozinho delícia na estação já que o pub mais próximo estava fechado, vide post sobre pubs fechando cedo nas terra de Lizzy. Voltar ao Anchor Inn não animava mais nessa hora.
Lá pelas 11:15 aconteceu a melhor Daianice da noite, quissá do mês. A cabine onde estávamos esperando o trem era de vidro. Eu estava olhando na direção oposta a Exeter, de onde viria o nosso trem. Quando vejo um trem se aproximando, mas não havia expectativa de trens vindo a essa hora. Expressei toda a minha surpresa pro Alexandre e disse que achava que esse trem ia passar direto nessa estação e tals. O Alexandre foi pra fora da cabine e ficou dizendo que achava que esse trem não ia pra Exeter e eu apontando e dizendo "mas ele tá vindo!". E aí o trem passou na plataforma do outro lado... eu estava acompanhando a cena toda pelo reflexo do trem no vidro da cabine!
E a maior Daianice da história é que ano passado eu fui jantar lá com um amigo e eu fiz exatamente a mesmíssima coisa... uma vez patza, sempre patza!
Estava nessa cabine apontando pro vidro...caí no truque duas vezes!